Acessibilidade / Reportar erro

Pluralismo metodológico no ensino de ciências

Methodological pluralism in science teaching

Resumos

Inspirados numa leitura epistemológica feyerabendiana, este trabalho sugere uma abordagem metodológica pluralista para o ensino das ciências. Defendemos que esse estratagema didático seja potencialmente mais eficaz para a aprendizagem, na medida em que procura dar conta do espectro de questões que se apresentam na sala de aula.

pluralismo metodológico; educação em ciências; ensino de ciências


Inspired by an epistemological reading of Feyerabend, this paper proposes a pluralist methodological approach to science teaching. We propose that this didactic strategy is potentially more effective in the learning process because it tries to account for the spectrum of questions that are presented in the classroom.

Pluralism; methodology; science teaching


ARTIGOS

Pluralismo metodológico no ensino de ciências

Methodological pluralism in science teaching

Carlos Eduardo LaburúI; Sérgio de Mello ArrudaII; Roberto NardiIII

IProfessor Assistente Doutor, Departamento de Física, Universidade Estadual de Londrina. Apoio Parcial: Fundação Araucária – Paraná. – e-mail: laburu@uel.br

IIProfessor Assistente Doutor, Departamento de Física, Universidade Estadual de Londrina. – e-mail: renop@uel.br

IIIProfessor Assistente Doutor, Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências, Departamento de Educação, Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista, Campus de Bauru – e-mail: nardi@fc.unesp.br

RESUMO

Inspirados numa leitura epistemológica feyerabendiana, este trabalho sugere uma abordagem metodológica pluralista para o ensino das ciências. Defendemos que esse estratagema didático seja potencialmente mais eficaz para a aprendizagem, na medida em que procura dar conta do espectro de questões que se apresentam na sala de aula.

Unitermos: pluralismo metodológico, educação em ciências; ensino de ciências.

ABSTRACT

Inspired by an epistemological reading of Feyerabend, this paper proposes a pluralist methodological approach to science teaching. We propose that this didactic strategy is potentially more effective in the learning process because it tries to account for the spectrum of questions that are presented in the classroom.

Keywords: Pluralism, methodology, science teaching

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos pareceristas de Ciência & Educação pelas importantes contribuições, quando da leitura do original; algumas delas, incorporadas ao artigo.

Artigo recebido em janeiro de 2003 e selecionado para publicação em novembro de 2003.

  • AIRASIAN, P. W.; WALSH, M. E. Constructivist cautions. Phi Delta Kappan, Bloomington, v.78, n.6, p. 444-449, 1997.
  • ARRUDA, S. M. Entre a inércia e a busca: reflexões sobre a formação em serviço de professores de física do ensino médio. 2001. Tese (Doutorado) Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
  • BAIRD, J.R.; MITCHELL, I.J. (Eds.). Improving the quality of teaching and learning: an australian case study the PEEL project. Melbourne: Monash University, 1986.
  • BAROLLI, E.; VILLANI, A. Contribuições da Psicanálise para a interpretação do laboratório didático. In: ANPED, 10., 1997, Caxambu. Atas.. Caxambu, 1997. Disponível em: <www.educacaoonline.pro.br
  • BZUNECK, J. A. A motivação do aluno: aspectos introdutórios. In: BZUNECK, José Aloyseo; BORUCHOVITCH, Evely (Orgs.). A motivação do aluno Petrópolis: Vozes, 2001. p. 9-36.
  • BORUCHOVITCH, E. Inteligência e motivação: perspectivas atuais. In: BZUNECK, José Aloyseo; BORUCHOVITCH, Evely (Orgs.). A motivação do aluno Petrópolis: Vozes, 2001. p. 96-115.
  • CRUICKSHANK, D. Models for preparation of america's teachers Bloomington: Phi Delta Kappa Educational Foundation, 1985.
  • DAVIS, N. T. Transition from objetivism to construtivism in the science education, International Journal of Science Education, London, v.15, n.6, p. 627-636, 1993.
  • DEWEY, J. How to think Chicago: Henry Regnery, 1933.
  • DRIVER, R. et al. Constructing scientific knowledge in the classroom. Educational Researcher, Washington, v.23, n.7, p. 5-12, 1994.
  • EDWARDS, D.; MERCER, N. Common knowledge: the development of understanding in the classroom. London: Routledge, 1987.
  • FEYERABEND, P. Contra o método 3. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977.
  • GADOTTI, M. História das idéias pedagógicas São Paulo: Ática, 1993. (Série Educaçã
  • GREEN, T. F. Uma topologia do conceito de ensino. In: HYMAN (Ed.). Contemporary thought on teaching New Jersey: Prentice-Hall, 1971. p. 71-78.
  • GUIMARÃES, S. E. R. A organização da escola e a sala de aula como determinante da motivação intrínseca e da meta de aprender. In: BZUNECK, José Aloyseo; BORUCHOVITCH, Evely (Orgs.). A motivação do aluno Petrópolis: Vozes, 2001. p. 78-95.
  • HOLLON, R. E.; ROTH, K. J.; ANDERSON, C. W. Science teachers conceptions of teaching and learning. In: BROPHY, J. (Ed.). Advances in research on teaching Greenwich: JAI Press, 1991. v.2, p. 145-185.
  • HUBER, T.; PEWEWERDY, C. Maximising learning for all students: a review of the literature on learning modalities, cognitive styles and approaches to meeting the needs of diverse learners. Washington, DC: ERIC Clearinghouse on Teacher Education, 1990. (ED 324-289)
  • IRZIK, G. Back to basis: a philosophical critique of constructivism, Science & Education, Dordrecht, v.9, p. 621-639, 2000.
  • JENKINS, E. W. Constructivism in school science education: powerful model or the most dangerous intellectual tendency? Science & Education, Dordrecht, v.9, p. 599-610, 2000.
  • KEMPA, R. F.; DIAZ, M. M. Motivational traits and preferences for different instructional modes in science. Part 1: students motivational traits. International Journal of Science Education, London, v.12, n.2, p. 194-203, 1990a.
  • ______. Students motivational traits and preferences for different instructional modes in science-education. Part 2. International Journal of Science Education, London, v.12, n.2, p. 205-216, 1990b.
  • LABURÚ, C. E.: ARRUDA, S. M. Reflexões críticas sobre as estratégias instrucionais construtivistas na educação científica. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v.24, n.4, p. 1-12, 2002.
  • LAWSON, A. E. The acquisition of biological knowledge during childhood: cognitive conflict or tabula-rasa? Journal of Research in Science Teaching, New York, v.25, n.3, p. 185-199, 1988.
  • ______. How do humans acquire knowledge? And what does that imply about the nature of knowledge? Science & Education, Dordrecht, v.9, p. 577-598, 2000.
  • MATTHEWS, M. R. Constructivism and science education: an evaluation. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 7., 2000, Florianópolis. Atas.. Florianópolis, 2000.
  • MILLAR, R. Constructive criticism. International Journal of Science Education, London, v.11, n.5, p. 587-596, 1989. Special issue.
  • NEILL, A. S. Liberdade sem medo (Summerhill) 18. ed. São Paulo: IBRASA, 1979.
  • NOLA, R. Constructivism in science and science education: a philosophical critique. Science & Education, Dordrecht, v.6, n.1/2, p. 55-83, 1997.
  • NUTHALL, G.; SNOOK. I. Modelos contemporâneos de ensino. In: TRAVERS. Second handbook of research on teaching Chicago: Rard McNally. (Cadernos de Didática, n.5)
  • OLIVEIRA, M. K. Vygotsky, aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993. (Série pensamento e ação no magistério)
  • OSBORNE, J. F. Beyond constructivism. International Journal of Science Education, London, v.80, n.1, p. 53-82, 1996.
  • PASK, G. Styles and strategies of learning. British Journal of Educational Psychology, Leicester, v.46, p. 128-148, jun. 1976.
  • PIAGET, J.; INHELDER, B. Da lógica da criança à lógica do adolescente São Paulo: Pioneira, 1976.
  • PHILLIPS, D. C. Coming to grips with radical social constructivisms. Science & Education, Dordrecht, v.6, n.1/2, p. 85-104, 1997.
  • REGNER, A. C. K. P. Feyerabend e o pluralismo metodológico. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v.13, n.3, p. 231-247, 1996.
  • SHADE, B. Afro-American cognitive style: a variable in school success. Review of Educational Research, Washington, v.52, n.2, p. 219-244, 1982.
  • SCHONELL, F.J.; ROE, E.; MEDDLETON, I. G. Promise and performance Brisbane: University of Queensland, 1962. p. 218-221.
  • SWISHER, K.; DEYHLE, D. Styles of learning and learning of styles: educational conflicts for american indian/alaskan native youth. Journal of Multilingual and Multicultural Development, v.8, n.4, p. 345-360, 1987.
  • SILVA, T. T. da. Desconstruindo o construtivismo pedagógico. In: ______. Identidades Terminais: as transformações na política da pedagogia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes, 1996. p. 213-235.
  • VILLANI, A. et al. Filosofia da ciência e psicanálise: analogias para o ensino de ciências. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v.14, n.1, p. 37-55, 1997.
  • VILLANI, A.; ARRUDA, S. M.; LABURÚ, C. E. Perfil conceitual e/ou subjetivo? In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 3., 2001, São Paulo. RESUMOs.. São Paulo: ABRAPEC, 2001. p. 97.
  • ZANETIC, J. Literatura e cultura científica. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 1., 1997, Águas de Lindóia. Atas.. Águas de Lindóia, 1997.
  • ZEICHNER, K. M. A formação reflexiva de professores: idéias e práticas. Lisboa: Educa, 1993.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Out 2009
  • Data do Fascículo
    2003

Histórico

  • Aceito
    Nov 2003
  • Recebido
    Jan 2003
Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências, campus de Bauru. Av. Engenheiro Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01, Campus Universitário - Vargem Limpa CEP 17033-360 Bauru - SP/ Brasil , Tel./Fax: (55 14) 3103 6177 - Bauru - SP - Brazil
E-mail: revista@fc.unesp.br